Lúpus Eritematoso Sistêmico





Nesta semana, vamos detalhar a respeito de uma doença auto-imune chamada Lúpus Eritematoso Sistêmico, ou seja, trata-se de uma doença caracterizada por possuir caráter sistêmico, que pode afetar vários órgãos, e inflamatório com produção de anticorpos contra o próprio organismo. Sua etiologia ainda é indefinida.

A título de curiosidade, a palavra lúpus deriva da palavra latina “lobo” e refere-se à característica de erupção cutânea semelhante a uma borboleta que surge no rosto, recordando aos médicos as marcas brancas que existem no focinho de um lobo. Em grego, eritematoso significa vermelho, pelo que se refere à vermelhidão da erupção cutânea.

Especificamente, o Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma reação de hipersensibilidade do tipo III, resultante da interação de anticorpos IgG e IgM preexistentes, com antígenos solúveis, formando o complexo antígeno-anticorpo, que ativará o sistema complemento, ativador de células inflamatórias, os leucócitos. Os antígenos solúveis envolvidos são ácidos nucléicos, que geram a formação de anticorpos: anti-DNA’s, anti-histonas, anti-RNP’s, entre outros.


Para ajudar a distinguir o lúpus das outras doenças, os médicos da Associação Americana de Reumatismo estabeleceram uma lista de 11 critérios que, quando em conjunto, apontam para LES.

Estes critérios representam alguns dos sintomas/anormalidades mais comuns que podem ser observados em doentes com lúpus eritematoso. Para efectuar um diagnóstico formal de LES, o doente deve ter o mínimo de 4 destas 11 características, em qualquer momento, deste o início da doença. Contudo, os médicos experientes também conseguem efetuar um diagnóstico de LES se menos de 4 dos critérios estiverem presentes. Os critérios são:

1. A erupção cutânea em «borboleta» que é uma erupção cutânea vermelha que ocorre sobre a face e a cana do nariz.


2. Fotossensibilidade, reação dermatológica excessiva à exposição solar.

3. Lesão discóide: lesão eritematosa, infiltrada, com escamas queratóticas aderidas e tampões foliculares, que evolui com cicatriz atrófica e discromia.

4. As úlceras mucosas: pequenas feridas que ocorrem na boca e no nariz. Em geral não são dolorosas, mas as úlceras no nariz podem provocar hemorragias nasais.

5. A artrite, que é uma doença que provoca dor e inchaço das articulações das mãos, dos pulsos, dos cotovelos, dos joelhos ou de outras articulações dos braços e das pernas. A dor pode ser migratória, o que significa que pode passar de uma articulação para outra e pode ocorrer na mesma articulação em ambos os lados do corpo. A artrite no LES não tem, em geral, como resultado alterações permanentes (deformações).

6. A pleurite é uma inflamação da pleura, o revestimento dos pulmões e pericardite é uma inflamação do pericárdio, o revestimento do coração. A pleurite provoca um tipo especial de dores torácicas que pioram com a respiração.

7. Alterações renais. Indivíduos com danos renais podem ter sangue na urina e sofrer de inchaço, em especial nos pés e nas pernas.

8. Alterações Neurológicas. Inclui dores de cabeça, convulsões e manifestações neuro-psiquiátricas, como dificuldade em concentrar-se e lembrar-se, alterações de humor, depressão e psicose.

9. Alterações hematológicas: anemia hemolítica ou leucopenia (menor que 4.000/ml em duas ou mais ocasiões) ou linfopenia (menor que 1.500/ml em duas ou mais ocasiões) ou plaquetopenia (menor que 100.000/ml na ausência de outra causa).

10. Alterações imunológicas: anticorpo anti-DNA nativo ou anti-Sm ou presença de anticorpo antifosfolípide baseado em: a) níveis anormais de IgG ou IgM anticardiolipina; b) teste positivo para anticoagulante lúpico ou teste falso positivo para sífilis, por no mínimo seis meses.

11. Anticorpos antinucleares: título anormal de anticorpo antinuclear por imunofluorescência indireta ou método equivalente, em qualquer época, e na ausência de drogas conhecidas por estarem associadas à síndrome do lúpus induzido por drogas.

Os sintomas gerais correspondem a: febre, emagrecimento, artralgia, artrite, manchas de pele, anemia, dores no peito, perda de cabelo, feridas nasais e bucais.

HISTOLOGIA


TRATAMENTO

Inclui uso de medicamentos como: ácido Paraaminobenzoico para lesões cutâneas causadas pela fotossensibilidade, cremes corticóides, antimaláricos, retinóides, imunossupressores, azatioprina, metotrexato, leflunomida, talidomida, inibidores de calcineurina, imunodepressivos, entre tantos outros. Até a próxima semana

Considerações finais: Por ser uma doença imunológica, não é contagiosa e não possui cura, apenas tratamento. Afeta animais e humanos, sendo mais comum em humanos e cães.

Boa Semana a todos, e até quinta que vem!

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